Fundo imobiliário mesmo em meio a juros estratosféricos e inflação oscilante, continua distribuindo dividendos com regularidade quase militar. Esse é o MXRF11, o Maxi Renda FII, que já se consolidou como o maior fundo imobiliário do Brasil em número de cotistas e patrimônio líquido. Mas será que o relatório de outubro trouxe sinais de melhora ou piora? E como ele se compara a outros fundos de CRI, como o KSNC11, que também disputam espaço nesse mercado competitivo?
O que mudou no relatório de outubro: melhora ou piora?
O relatório gerencial de outubro de 2025 trouxe alguns pontos importantes:
- Rendimento distribuído: R$ 0,10 por cota, mantendo o padrão dos últimos meses.
- Yield mensal: 1,04%
- Yield anualizado: 13,17%
- % do CDI: 95,56% (com gross-up de impostos)
- Patrimônio líquido: R$ 4,12 bilhões
- Número de cotistas: 1,33 milhão
À primeira vista, parece que nada mudou. Mas olhando com lupa, vemos que o fundo teve ganho de capital negativo de -1,23% no mês e uma TIR bruta mensal de -0,20%. Isso indica que, embora o rendimento distribuído tenha sido mantido, o resultado financeiro foi pressionado.
Ou seja: melhorou na constância da distribuição, mas piorou na geração de valor patrimonial. É como aquele amigo que sempre paga a conta do bar, mas está usando cheque especial para isso. Sustentável? Talvez, mas exige atenção.
Comparação com KSNC11: dois fundos de CRI, duas estratégias
Para entender melhor o MXRF11, vale compará-lo com o KSNC11, um fundo focado em CRIs que também ganhou destaque em 2025.
MXRF11
- Patrimônio líquido: R$ 4,12 bilhões
- Número de cotistas: 1,33 milhão
- Estratégia: 80% em CRIs, 14% em FIIs, 6,8% em permutas financeiras
- Distribuição: R$ 0,10 por cota, yield anualizado de 13,17%
KSNC11
- Patrimônio líquido: cerca de R$ 1,2 bilhão (dados de novembro de 2025)
- Número de cotistas: aproximadamente 70 mil
- Estratégia: 100% em CRIs, com foco em operações high yield (taxas mais altas, mas risco maior)
- Distribuição: média de R$ 1,20 por cota nos últimos meses, yield anualizado superior a 15%
Comparação crítica:
O MXRF11 é o “gigante conservador”: diversificado, com liquidez absurda e foco em crédito de alta qualidade. Já o KSNC11 é o “agressivo seletivo”: menor, mais concentrado em CRIs de risco maior, mas que entregam retornos superiores.
É como comparar um banco tradicional com uma fintech ousada. O MXRF11 dá previsibilidade, o KSNC11 dá emoção. O investidor precisa escolher se prefere dormir tranquilo ou correr atrás de rendimentos maiores com risco embutido.
Estabilidade é virtude ou vício?
Aqui vai uma provocação: será que o MXRF11 não se tornou previsível demais? O fundo distribui R$ 0,10 por cota há meses, quase como se fosse uma obrigação. Isso gera conforto para o investidor, mas também pode esconder fragilidades.
O KSNC11, por exemplo, varia mais nos dividendos, mas reflete melhor o resultado real do portfólio. O MXRF11, ao manter a constância, pode estar usando reservas ou estratégias de compensação. Isso é bom para o curto prazo, mas pode gerar frustração se em algum momento o padrão não puder ser mantido.
Perspectivas para 2026 o que esperar?
O cenário para 2026 é desafiador. O Boletim Focus: Projeções para a taxa Selic ao final de 2026 recuam para 12,00% e IPCA em 4,45%. Isso significa que os CRIs indexados à inflação continuarão entregando bons retornos, mas o custo de oportunidade (comparação com renda fixa) será alto.
Para o MXRF11:
- Deve manter a estratégia de alocação em CRIs de alta qualidade.
- A liquidez e o número de cotistas garantem estabilidade.
- O desafio será manter o rendimento de R$ 0,10 por cota sem comprometer o patrimônio.
Para o KSNC11:
- O cenário de juros altos favorece CRIs high yield.
- Pode entregar rendimentos superiores, mas o risco de inadimplência aumenta.
- Precisa mostrar consistência para ganhar mais cotistas e se aproximar dos gigantes.
Minha visão crítica: 2026 será o ano em que os FIIs de papel mostrarão quem realmente sabe gerir risco. O MXRF11 tem a vantagem da escala, mas o KSNC11 pode surpreender com retornos mais agressivos.
Patrimônio total e relevância no mercado
O MXRF11, com seus R$ 4,12 bilhões de patrimônio líquido, é praticamente um “banco paralelo” dentro do mercado de FIIs. Para efeito de comparação, o KSNC11 tem cerca de R$ 1,2 bilhão. Isso mostra a diferença de escala: o MXRF11 é o “elefante” do setor, enquanto o KSNC11 é um “touro jovem” tentando ganhar espaço.
Essa escala dá ao MXRF11 poder de negociação, acesso a operações exclusivas e capacidade de diversificação. Mas também o torna menos ágil para mudanças rápidas de estratégia.
MXRF11 continua sendo referência, mas não é perfeito
O relatório de outubro mostrou que o MXRF11 mantém sua força, mas também revelou fragilidades. A distribuição constante de R$ 0,10 por cota é um alívio para o investidor, mas o ganho de capital negativo e a TIR bruta em queda acendem um sinal amarelo.
Comparado ao KSNC11, o MXRF11 é mais conservador e previsível, enquanto o KSNC11 oferece retornos maiores com risco embutido. Para 2026, o cenário será de teste de resiliência: quem souber equilibrar risco e retorno vai se destacar.
O MXRF11 tem tudo para continuar sendo o “porto seguro” dos FIIs de papel, mas o investidor inteligente deve olhar além da constância dos dividendos e avaliar o que está acontecendo dentro do portfólio.
FAQ — Perguntas frequentes sobre MXRF11
1. O MXRF11 melhorou ou piorou em outubro?
Melhorou na constância dos dividendos, mas piorou no ganho de capital e na TIR bruta.
2. Qual a diferença entre MXRF11 e KSNC11?
MXRF11 é maior, mais conservador e previsível. KSNC11 é menor, mais agressivo e entrega rendimentos maiores com risco embutido.
3. Qual o patrimônio do MXRF11?
R$ 4,12 bilhões, o maior entre os FIIs de papel no Brasil.
4. O rendimento de R$ 0,10 por cota é garantido?
Não. Embora mantido há meses, depende do resultado financeiro e pode variar.
5. O que esperar para 2026?
Selic alta e inflação moderada. MXRF11 deve manter estabilidade, KSNC11 pode entregar retornos maiores, mas com risco.
Disclaimer
Aviso importante: Tudo que você leu aqui tem caráter educativo e informativo. Meu objetivo é ajudar você a entender melhor o mundo dos investimentos — nunca dizer o que comprar ou vender.
Cada pessoa tem um perfil de risco, uma realidade financeira e objetivos diferentes, então sempre analise com calma antes de tomar qualquer decisão. Se achar necessário, procure um profissional certificado para orientar você.
Rentabilidade passada não garante resultados futuros. Invista com consciência e no seu ritmo