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CPTS11 Vale a Pena Investir? Oportunidade?

O fundo imobiliário CPTS11, gerido pela Capitânia, tem sido objeto de análise por muitos investidores devido à queda recente de sua cotação e redução nos rendimentos. Este artigo se aprofunda no cenário atual do fundo, seus principais fatores, e se ainda vale a pena investir nele, considerando o preço atual.

Contexto Atual do CPTS11

Nos últimos dias, a cotação do CPTS11 caiu significativamente, atingindo seu menor valor em 12 meses, cotado a R$ 7,64. Esse preço baixo chama a atenção, especialmente quando se considera que, meses atrás, o fundo estava sendo negociado a valores acima de R$ 8,50. Essa queda, acompanhada de uma leve redução nos rendimentos, fez com que alguns investidores reconsiderassem suas posições no fundo.

No entanto, o dividend yield continua elevado, acima de 11%, impulsionado pela própria queda na cotação do fundo. O P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial) está em torno de 0,85, o que indica um deságio de 15% em relação ao valor patrimonial do fundo. Isso representa um desconto interessante, sugerindo um potencial de valorização futura para quem está comprando agora.

Alavancagem e Operações Compromissadas

Um dos pontos que gerou dúvidas entre os investidores é a estratégia de alavancagem adotada pelo fundo. CPTS11 realizou operações compromissadas com CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), o que equivale a 9,7% do seu patrimônio líquido. Essas operações, com custo de CDI + 0,70%, foram apontadas como um dos fatores que afetaram a cotação do fundo no final de 2023 e início de 2024.

A alavancagem traz riscos adicionais, e essa exposição de quase 10% é considerada alta por alguns especialistas. Muitos preferem uma alocação de no máximo 5% para esse tipo de operação, para manter o risco sob controle.

Composição do Patrimônio

O CPTS11 é um fundo diversificado. Aproximadamente 69,9% do seu patrimônio está investido em CRI, enquanto 30% está alocado em cotas de outros FIIs. A diversificação é um ponto positivo, mas vale destacar que o fundo tem algumas concentrações em devedores e segmentos específicos. Por exemplo, 13,2% do patrimônio está alocado em um único fundo, o XPPR11, o que pode aumentar o risco, caso haja algum problema com esse ativo.

A gestão do fundo tem enfrentado críticas devido a essas movimentações, especialmente relacionadas às operações compromissadas. A Capitânia, que já foi bem avaliada pelos investidores, tem gerado incertezas devido a decisões recentes.

Queda nos Rendimentos e Impacto do IPCA

Um dos principais fatores que impactou negativamente o fundo foi a queda no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ao qual a maior parte dos CRIs do fundo está indexada. No mês de agosto de 2024, o IPCA foi negativo, o que impactou diretamente a receita do fundo. Como resultado, o rendimento distribuído aos cotistas caiu de R$ 0,08 por cota para R$ 0,072.

Além disso, o fundo não conseguiu realizar ganhos de capital com a venda de cotas de outros FIIs, o que também contribuiu para a queda nos rendimentos.

Pontos Positivos e Riscos

O CPTS11 é um fundo high grade, o que significa que possui uma menor probabilidade de inadimplência por parte dos seus devedores. Ele não registra nenhum calote há mais de oito anos, o que confere certa tranquilidade aos investidores que buscam segurança. No entanto, as concentrações em determinados ativos e a exposição significativa ao IPCA são fatores que aumentam o risco, especialmente em um cenário de inflação controlada ou em queda.

Vale a Pena Investir no CPTS11?

Investir no CPTS11 a esse preço pode ser uma oportunidade para quem busca um fundo descontado e com potencial de recuperação no médio e longo prazo. O deságio no P/VP e o dividend yield elevado são atrativos, mas é importante considerar os riscos associados à alavancagem, à concentração de ativos e à exposição ao IPCA. lembrando que não é indicação de compra venda ou manutenção do ativo. Apenas situação atual do fundo no meu ponto de vista.

Aqui está uma análise dos tópicos principais, vantagens e o potencial de valorização do CPTS11, com base no conteúdo fornecido:

Tópicos principais:

  1. Desvalorização recente: O fundo CPTS11 está sendo negociado a um valor abaixo do preço justo, com um deságio de cerca de 15%.
  2. Rendimentos mais baixos: O fundo reduziu seus dividendos de R$0,08 para R$0,072 por cota, afetando a percepção de valor entre os investidores.
  3. Composição do portfólio: A maior parte do patrimônio (69,9%) está alocada em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), e cerca de 30% está investido em cotas de outros fundos imobiliários.
  4. Operações compromissadas e alavancagem: Aproximadamente 9,7% do patrimônio está alocado em operações compromissadas com CRIs, o que aumenta o risco do fundo.
  5. Impacto do IPCA: Grande parte das receitas está atrelada ao IPCA (96,27%), o que impacta diretamente os rendimentos conforme a variação desse índice.
  6. Diversificação de devedores: Os maiores devedores estão concentrados em setores como logística e industrial, com boa diversificação, mas há riscos em algumas concentrações maiores.

Vantagens do CPTS11:

  1. Deságio atrativo: O fundo está sendo negociado com um P/VP de 0,85, sugerindo um desconto de 15% em relação ao valor patrimonial. Isso pode ser uma oportunidade de compra para investidores que acreditam na recuperação do fundo.
  2. Gestão experiente: A gestão é feita pela Capitânia, que possui uma trajetória consolidada, embora com algumas decisões controversas em relação a operações compromissadas recentes.
  3. Portfólio High Grade: A maior parte dos CRIs são classificados como High Grade, ou seja, têm menor risco de inadimplência. Isso oferece mais segurança para os investidores preocupados com calotes.
  4. Fundo de grande porte: Com um patrimônio superior a R$2,8 bilhões e boa liquidez diária (superior a R$9 milhões), o CPTS11 oferece estabilidade e facilidade de negociação.

Riscos e desvantagens:

  1. Dependência do IPCA: Como a maior parte das receitas do fundo está indexada ao IPCA, meses de deflação (como agosto de 2024) podem impactar negativamente os rendimentos.
  2. Alavancagem elevada: O fundo possui quase 10% de seu patrimônio alavancado, o que pode aumentar o risco financeiro caso as operações compromissadas não rendam como esperado.
  3. Concentração de ativos: Embora a maior parte do portfólio seja diversificada, há algumas concentrações elevadas em devedores específicos, como o fundo XPPR11, que representa 13,2% do patrimônio.

Potencial de valorização:

  • Preço descontado: Com o preço atual de R$7,64 e um preço justo estimado em torno de R$8,90, há potencial de valorização se o mercado ajustar o valor patrimonial.
  • Recuperação do IPCA: Caso o IPCA retorne a índices mais positivos nos próximos meses, os rendimentos podem aumentar, valorizando o fundo.
  • Gestão do portfólio: Se a gestão da Capitânia conseguir reestruturar melhor as operações compromissadas e melhorar a alocação dos recursos, o fundo pode voltar a pagar rendimentos mais atraentes e recuperar sua cotação.

O CPTS11 está em um momento de desvalorização, mas oferece um desconto considerável e potencial de valorização. No entanto, os riscos associados à alavancagem e à dependência do IPCA devem ser considerados antes de investir.

Cada investidor deve analisar se o fundo se encaixa no seu perfil de risco e em sua estratégia de investimento. A gestão da Capitânia, embora questionada por alguns, ainda tem uma reputação de longa data, e o fundo continua gerando receitas consistentes, apesar dos desafios recentes.

O CPTS11 oferece uma oportunidade para quem acredita no fundo e gestão, estando disposto a lidar com os riscos envolvidos. No entanto, para investidores mais conservadores, outros fundos com menos exposição a alavancagens e concentrações podem ser opções mais seguras. Se é oportunidade ou não depente do perfil do investidor e quanto de risco esta dispoto a correr.

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