Publicado em 145 de novembro de 2025 — Por Anderson Nascimento
Os balanços do terceiro trimestre de 2025 chegaram com tudo, e eles não são apenas números frios em um PDF: são sinais claros de onde o mercado está aquecendo, esfriando ou pegando fogo.
Neste artigo, vamos conversar sobre os destaques dessa temporada de resultados — de Nubank a JBS, passando por Allos, Hapvida, Banco do Brasil . Tudo com uma linguagem acessível, como se estivéssemos batendo um papo de bar sobre onde vale a pena colocar (ou tirar) o seu dinheiro.
Por Que os Balanços Importam Para o Investidor Comum?
Os balanços trimestrais são como boletins escolares das empresas. Eles mostram se a companhia está indo bem, se está crescendo, lucrando, distribuindo dividendos — ou se está patinando. Para quem investe, é uma bússola. Para quem ainda não investe, é uma aula prática de economia real.
E mais: os resultados ajudam a entender o humor do mercado. Quando uma empresa surpreende positivamente, suas ações sobem. Quando decepciona, o tombo pode ser feio. E isso afeta fundos, índices, e até o seu fundo de emergência, se ele estiver mal alocado.
Nubank: Lucro em Alta e Crescimento Sustentável
O Nubank (ROXO34) continua mostrando que não é só hype. No 3T25, a fintech reportou crescimento expressivo no lucro líquido e na carteira de crédito, mesmo com juros ainda elevados. A base de clientes segue em expansão, e a inadimplência está sob controle.
Destaques:
- Lucro líquido ajustado cresceu mais de 30% em relação ao 3T24.
- Receita com cartões e crédito pessoal em alta.
- ROE (retorno sobre patrimônio) acima da média dos bancos tradicionais.
Segundo o Estadão E-Investidor, o desempenho do Nubank reforça a força do setor financeiro digital, mesmo em um ambiente de crédito desafiador.
JBS: Força no Exterior e Margens Resilientes
A JBS (JBSS3) apresentou resultados sólidos, impulsionados pelas operações nos Estados Unidos. Os segmentos de frango e suínos se destacaram, com margens estáveis e demanda global consistente.
Destaques:
- Receita líquida consolidada em alta.
- Lucro operacional estável, mesmo com custos elevados.
- Expectativa de dividendos reforçada.
Segundo o site de RI da JBS, a diversificação geográfica e de produtos segue sendo o grande trunfo da companhia.
Allos (ALOS3): Dividendos Turbinados e Lucro em Alta
A Allos, gigante do setor de shopping centers, anunciou dividendos de R$ 146 milhões a serem pagos em dezembro, o equivalente a R$ 0,29 por ação. O lucro líquido do 3T25 cresceu 25,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Destaques:
- Lucro líquido de R$ 126 milhões.
- Ebitda ajustado de R$ 502,4 milhões.
- Guidance de dividendos mensais entre R$ 0,28 e R$ 0,30 por ação até 2026.
Segundo o Money Times, o dividend yield projetado da Allos pode chegar a 13% ao ano — quase três vezes mais que o patamar atual.
Hapvida (HAPV3): Queda Agressiva Após Balanço Fraco
As ações da Hapvida despencaram quase 39% após a divulgação de um balanço decepcionante. O mercado reagiu mal aos números do 3T25, que mostraram aumento de custos e margens pressionadas.
Destaques:
- Queda de quase 39% nas ações em um único dia.
- Revisão negativa de guidance.
- Preocupações com a sustentabilidade financeira no curto prazo.
De acordo com o Estadão E-Investidor, o mercado está reavaliando o modelo de negócios da empresa diante do cenário de custos crescentes no setor de saúde.
Banco do Brasil (BBAS3): Resultados Abaixo do Esperado
O Banco do Brasil apresentou um balanço mais fraco do que o esperado. Apesar de ainda lucrativo, o banco estatal trouxe alguns pontos de atenção, como aumento da inadimplência e desaceleração no crédito.
Destaques:
- Lucro líquido abaixo das projeções.
- Crescimento tímido da carteira de crédito.
- Ações recuaram após divulgação.
Segundo o Estadão E-Investidor, o BBAS3 precisa mostrar mais consistência nos próximos trimestres para manter a confiança do mercado.
Cemig e CPFL: Estabilidade e Foco em Dividendos
As elétricas Cemig e CPFL mantiveram seu padrão de previsibilidade. Ambas apresentaram resultados estáveis, com foco em operação eficiente e distribuição de proventos.
Segundo o site de RI da Cemig, a companhia segue com forte geração de caixa e baixo endividamento, o que sustenta sua política de dividendos.
Cyrela, Eztec e o Setor Imobiliário
As construtoras Cyrela e Eztec divulgaram balanços mistos. Enquanto a Cyrela mostrou crescimento nos lançamentos, a Eztec enfrentou pressão nos custos e menor volume de vendas.
Cenário:
O crédito imobiliário segue caro, o que limita a demanda. Mas empresas com foco em médio e alto padrão conseguem manter margens saudáveis.
Localiza: Demanda Forte no Aluguel de Veículos
A Localiza manteve o bom desempenho, com alta na receita e na ocupação da frota. A demanda por aluguel de carros segue aquecida, tanto no varejo quanto no corporativo.
Yduqs: Crescimento no Ensino Privado
A Yduqs apresentou avanço no faturamento, impulsionado pelo aumento de matrículas e expansão do ensino digital. O setor educacional mostra sinais de recuperação após anos difíceis.
IRB e Qualicorp: Recuperação e Desafios
- IRB: segue em processo de reestruturação, com melhora nos indicadores operacionais.
- Qualicorp: enfrenta desafios com a concorrência e reajustes nos planos de saúde, mas mantém base de clientes estável.
Um Terceiro Trimestre de Contrastes e Sinais Claros
Os Balanços do terceiro trimestre de 2025 foram marcado por contrastes. Enquanto empresas como Nubank, JBS, Allos e Localiza mostraram força, crescimento e distribuição generosa de dividendos, outras como Hapvida e Banco do Brasil acenderam alertas com resultados abaixo das expectativas.
Foi um período que reforçou uma lição importante para qualquer investidor: não existe setor imune, e não dá para investir no automático. O mercado está mais seletivo, mais exigente e mais sensível a fundamentos. Quem entrega resultado consistente, mesmo em cenário desafiador, é premiado. Quem vacila, é penalizado — às vezes com quedas agressivas.
Esse trimestre foi um divisor de águas. Ele mostrou que o investidor que está mais atento, mais crítico e menos tolerante com promessas vazias. E isso é ótimo. Porque no fim das contas, investir bem não é sobre acertar o timing — é sobre entender o jogo, ler os sinais e agir com inteligência.
FAQ — Perguntas Frequentes
1. Por que os balanços trimestrais são importantes?
Porque mostram a saúde financeira das empresas e ajudam o investidor a tomar decisões mais informadas.
2. O que significa dividend yield?
É o percentual de retorno em dividendos sobre o valor da ação ou cota. Ex: R$ 1 de dividendo anual para uma ação de R$ 20 = 5% de DY.
3. Queda nas ações após o balanço sempre é ruim?
Nem sempre. Às vezes, o mercado exagera na reação. Pode ser uma oportunidade de compra, se os fundamentos forem sólidos.
4. Como saber se uma empresa é boa pagadora de dividendos?
Verifique o histórico de distribuição, lucro consistente, baixo endividamento e setor resiliente.
Fontes:
- Suno Notícias — “RBRR11 distribui R$ 0,80 por cota após lucro de R$ 13,4 milhões”
A notícia detalha o desempenho do fundo imobiliário RBRR11 e sua distribuição de dividendos.
🔗 Leia na Suno - Suno Notícias — “Allos (ALOS3) anuncia dividendos de R$ 146 milhões para dezembro”
A matéria destaca o pagamento de R$ 0,29 por ação e o crescimento do lucro da Allos no 3T25.
🔗 Leia na Suno - Estadão E-Investidor — “Balanços da semana: Nubank, Banco do Brasil, Natura e mais”
Análise dos principais resultados do 3T25, incluindo Nubank, BBAS3 e outras empresas relevantes.
🔗 Leia no Estadão - InfoMoney — “JBS apresenta resultados sólidos no 3T25 com foco no mercado externo”
A matéria mostra como a JBS foi impulsionada pelas operações nos EUA e pela demanda global.
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