MXRF11 é seguro? Veja Comparativo com KNCS11

MXRF11 é seguro? Comparativo com KNCS11 e análise do preço justo

Publicado em 19 de novembro de 2025 — Por Anderson Nascimento

Com a taxa Selic mantida em 15% e a inflação dando sinais de desaceleração, muitos investidores voltam os olhos para os fundos imobiliários como alternativa de renda passiva. Mas será que o MXRF11, o FII mais popular da B3, continua sendo uma escolha segura e rentável? E como ele se compara ao KNCS11, outro fundo de crédito com perfil semelhante? Neste artigo, vamos destrinchar os dados mais recentes dos fundos base 10, entender os riscos e descobrir se ainda vale a pena investir no MXRF11.

Apresentação do Fundo

O MXRF11 (Maxi Renda FII) é um fundo de papel, focado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e permutas financeiras. Gerido pela XP Asset Management, é o maior FII da bolsa em número de cotistas, com mais de 1,3 milhão de investidores. Seu patrimônio líquido ultrapassa R$ 4,1 bilhões, com uma distribuição média de R$ 0,10 por cota.

Já o KNCS11 (Kinea Securities) também é um fundo de papel, gerido pela Kinea Investimentos (ligada ao Itaú), com foco em CRIs indexados ao IPCA e CDI. Possui 230 mil cotistas e patrimônio líquido de R$ 1,77 bilhão, com distribuição de R$ 0,09 por cota.

Rentabilidade e Geração de Renda

O MXRF11 entregou R$ 1,17 por cota nos últimos 12 meses, o que representa um Dividend Yield (DY) de 12,15%. Os pagamentos são constantes e previsíveis, com distribuição mensal de R$ 0,10 por cota desde o início do ano.

Exemplo prático:
Com um investimento de R$ 10.000, o cotista teria recebido cerca de R$ 1.215 em dividendos no último ano — isentos de IR para pessoa física.

O KNCS11, por sua vez, distribuiu R$ 0,09 por cota em novembro, com rentabilidade mensal de 0,98%, equivalente a 90% do CDI bruto. Nos últimos 12 meses, o fundo manteve estabilidade, com média de R$ 0,09 a R$ 0,11 por cota.

Segurança e Riscos

MXRF11:

  • Diversificação: 77% em CRIs, 15% em FIIs, 7% em permutas.
  • Indexadores: 74% IPCA/INCC, 11% CDI, <1% IGPM.
  • Reserva de correção monetária: R$ 24,3 milhões.
  • Risco: Baixo nível de vacância, mas exposto a crédito privado e volatilidade regulatória (ex: MP 1303).

KNCS11:

  • Alocação: 105,5% do PL em ativos-alvo.
  • CRI IPCA: 63,4% do patrimônio, com taxa média de IPCA + 10,60%.
  • CRI CDI: 42%, com taxa média de CDI + 3,09%.
  • Risco: Carteira pulverizada, com LTV médio de 38%, estrutura de subordinação e garantias robustas.

Ambos são considerados fundos defensivos, com foco em renda e baixa volatilidade.

Gestão e Estratégia

MXRF11:

  • Gestora: XP Asset.
  • Estratégia: Distribuição de renda com foco em CRIs e permutas.
  • Transparência: Relatórios mensais detalhados e comunicação ativa.
  • Taxa de administração: Não divulgada no relatório, mas considerada competitiva.

KNCS11:

  • Gestora: Kinea Investimentos (Itaú).
  • Estratégia: Renda com foco em CRIs de alta qualidade.
  • Taxa de administração: 1,20% a.a., sem taxa de performance.
  • Comunicação: Relatórios mensais com detalhes de cada operação.

Valuation e Preço Justo

MXRF11:

  • Valor patrimonial por cota: R$ 9,41
  • Cotação atual: R$ 9,63
  • P/VP: 1,02 → leve ágio
  • Valorização nos últimos 12 meses: +15,05%

KNCS11:

  • Valor patrimonial por cota: R$ 8,76
  • Cotação atual: R$ 8,79
  • P/VP: 1,00 → praticamente no preço justo

Ambos estão próximos do valor patrimonial, com o MXRF11 apresentando leve ágio devido à sua liquidez e popularidade.

Cenário Futuro e Perspectivas

O MXRF11 tende a manter sua estabilidade de rendimentos, especialmente com a Selic alta e o foco em CRIs indexados à inflação. Um ponto que me chama atenção é a reserva de correção monetária, que pode suavizar impactos de meses com IPCA baixo.

Já o KNCS11 se beneficia diretamente da Selic elevada, com CRIs pós-fixados que entregam rentabilidade superior ao CDI. Vale observar que a carteira é bem estruturada, com garantias sólidas e baixa concentração.

Ambos os fundos devem continuar atraentes enquanto os juros permanecerem altos, mas o KNCS11 pode sofrer mais caso a Selic comece a cair em 2026.

Pontos Fortes e Fracos

MXRF11:

  • Pontos fortes: previsibilidade, liquidez, DY elevado, ampla base de cotistas.
  • Pontos fracos: exposição a crédito privado e risco regulatório.
  • Perfil ideal: conservador a moderado, foco em renda.

KNCS11:

  • Pontos fortes: estrutura robusta, CRIs com boas garantias, rentabilidade atrelada à Selic.
  • Pontos fracos: menor liquidez, menos conhecido.
  • Perfil ideal: moderado, busca por proteção contra inflação e CDI.

Quadro Comparativo Final

IndicadorMXRF11KNCS11
TipoPapelPapel
GestoraXP AssetKinea Investimentos
Cotistas1.331.737230.776
Patrimônio LíquidoR$ 4,1 bilhõesR$ 1,77 bilhões
DY (últimos 12 meses)12,15%~11,5%
Distribuição mensalR$ 0,10R$ 0,09
P/VP1,021,00
IndexadoresIPCA, CDI, INCCIPCA, CDI
RiscoBaixoBaixo
Liquidez diáriaR$ 10,43 milhõesR$ 4,80 milhões

O MXRF11 continua sendo aquele fundo que entrega o que promete. Ele não é o mais sofisticado, nem o que vai te surpreender com grandes saltos de valorização, mas é estável, previsível e tem uma base de cotistas enorme que confia no modelo. Se você gosta de saber que todo mês pinga um rendimento na conta, ele segue firme no propósito.

Já o KNCS11 é mais técnico, mais silencioso, mas não menos eficiente. A carteira é bem estruturada, com CRIs que têm boas garantias e taxas interessantes. Ele não tem o mesmo apelo popular do MXRF11, mas entrega uma rentabilidade sólida e consistente, especialmente com a Selic alta. É aquele fundo que trabalha nos bastidores, sem muito barulho.

Comparando os dois, o MXRF11 é mais acessível e fácil de entender, enquanto o KNCS11para quem busca segurança com um toque de sofisticação, alocado em IPCA e CDI estratégia para ganhar com as duas taxas, gera proteção além de ter a melhor gestora do mercado.

Se você é investidor e está buscando renda passiva com tranquilidade, o MXRF11 pode ser o seu ponto de partida. Mas se já tem alguma experiência e quer diversificar com inteligência, o KNCS11 merece atenção. No fim das contas, o melhor fundo é aquele que te faz dormir tranquilo sabendo que seu dinheiro está trabalhando por você.

Fontes

FAQ — Dúvidas comuns sobre o MXRF11

1. O MXRF11 é seguro mesmo?
Sim, dentro do universo dos FIIs de papel, ele é considerado um dos mais estáveis. Tem uma carteira diversificada, boa gestão e reserva de correção monetária que ajuda a suavizar os rendimentos.

2. Os dividendos são constantes?
São. Desde o início de 2025, o fundo tem distribuído R$ 0,10 por cota todo mês, o que dá uma boa previsibilidade para quem busca renda passiva.

3. Vale a pena entrar agora?
Se você busca renda mensal e está confortável com o risco de crédito, sim. O fundo está próximo do valor patrimonial, o que é um bom ponto de entrada.

4. Qual o risco principal?
O risco está nos CRIs — se algum emissor tiver problema, pode impactar os rendimentos. Mas o MXRF11 costuma escolher bem os ativos e tem mecanismos de proteção.

5. Dá para viver de renda com ele?
Depende do quanto você investe. Com R$ 100 mil, por exemplo, você teria recebido cerca de R$ 1.200 nos últimos 12 meses. É uma boa renda complementar, mas talvez não suficiente para viver só disso.

6. Tem imposto sobre os dividendos?
Não. Para pessoa física, os rendimentos são isentos de IR, desde que o fundo siga as regras da Receita — e o MXRF11 cumpre.

7. E se eu quiser vender? Tem liquidez?
Tem sim. O MXRF11 é um dos FIIs mais negociados da bolsa, com média diária acima de R$ 10 milhões. Dá para entrar e sair com facilidade.

Disclaimer — Este conteúdo não é recomendação de investimento

Este conteúdo tem caráter informativo e não constitui recomendação de investimento. Antes de tomar qualquer decisão, avalie seu perfil de investidor e consulte profissionais qualificados. Os fundos imobiliários envolvem riscos e podem não ser adequados para todos os perfis. Rentabilidade passada não garante retorno futuro.

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