Publicado em: 13 de novembro de 2025 — Por Anderson Nascimento
Você já se perguntou por que a inflação caiu, mas o Banco Central insiste em manter os juros nas alturas?
Ou por que, mesmo com a economia americana reabrindo, o mercado ainda está cauteloso?
Hoje, temos um cenário que parece contraditório: inflação em queda, juros altos e uma economia que ainda não respira aliviada. E isso mexe diretamente com seus investimentos, seu bolso e suas decisões financeiras.
Vamos conversar sobre isso de forma clara, direta e estratégica. Porque entender o que está por trás desses movimentos é o primeiro passo para proteger — e multiplicar — seu patrimônio.
Inflação em outubro: menor taxa para o mês em 27 anos
Segundo o IBGE, o IPCA de outubro foi de apenas 0,09%, o menor índice para o mês desde 1998.
No acumulado de 2025, a inflação está em 3,73%, e em 12 meses, 4,68% — abaixo da barreira dos 5% pela primeira vez desde janeiro.
Principais fatores que puxaram o índice para baixo:
- Energia elétrica residencial: queda de 2,39% com a troca da bandeira tarifária
- Aparelhos telefônicos: -2,54%
- Seguro voluntário de veículos: -2,13%
Mas atenção: inflação baixa não significa alívio no bolso.
Com juros altos, crédito caro e renda comprimida, o consumo segue fraco.
Como bem destacou o portal O Tempo, o consumidor ainda pisa no freio.
Banco Central: juros altos por mais tempo — e talvez mais altos ainda
Na ata do Copom divulgada hoje, o BC manteve a Selic em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva.
E foi claro: esse patamar deve durar bastante tempo.
Mais que isso — não está descartada uma nova alta, caso o cenário se deteriore.
Por que essa postura?
- Expectativas de inflação desancoradas
- Pressões no setor de serviços
- Riscos fiscais e medidas inflacionárias
Mesmo com a inflação atual mais baixa, o BC quer garantir que ela converja para a meta de 3%.
É como segurar o freio de mão mesmo com o carro parado — por precaução.
🇺🇸 EUA: fim da paralisação e reabertura do governo
Após 41 dias de shutdown, o Senado americano aprovou um projeto para reabrir o governo federal.
O texto garante financiamento até 30 de janeiro de 2026 e impede demissões no setor público até lá.
Mas o clima político segue tenso.
Democratas exigem a prorrogação dos subsídios à saúde (Obamacare), que vencem em janeiro.
A proposta ainda precisa passar pela Câmara, controlada pelos republicanos.
Esse avanço traz alívio para os mercados, mas não resolve o impasse fiscal.
E como os EUA influenciam o mundo inteiro, inclusive o Brasil, vale acompanhar de perto.
Temporada de balanços: Gol e B3 em destaque
Hoje, após o fechamento do mercado, diversas empresas divulgam seus resultados do 3º trimestre.
Entre os destaques:
Gol
- Projeta crescimento de 10% a 15% nas rotas internacionais em 2025
- Receita estimada entre R$ 22,1 bilhões e R$ 22,7 bilhões
B3
- Lucro por ação estimado em R$ 0,24
- Receita próxima de R$ 2,47 bilhões
- Ação acumula alta de 31,6% nos últimos 12 meses
A Gol mostra força no setor aéreo, mesmo com câmbio volátil.
A B3, por sua vez, é estratégica: reflete o humor do mercado e o fluxo de investimentos no país.
Opinião: o investidor precisa sair do piloto automático
Inflação baixa, juros altos, reabertura nos EUA, balanços positivos…
Tudo isso parece bom, mas exige leitura crítica e ação estratégica.
Não dá mais para investir no automático.
O cenário exige que você:
- Reavalie sua carteira
- Considere ativos indexados à inflação e à Selic
- Fique atento ao fiscal e à política monetária
O BC está dizendo: “Não vamos aliviar tão cedo.”
E o mercado está respondendo com cautela.
Se você quer proteger seu dinheiro e ainda buscar rentabilidade, precisa entender o jogo — e jogar com inteligência.
FAQ — Dúvidas Frequentes
1. Por que o BC mantém os juros altos mesmo com inflação baixa?
Para garantir que a inflação continue caindo e chegue à meta de 3%. O cenário ainda é considerado instável.
2. O que significa inflação desancorada?
É quando as expectativas do mercado sobre a inflação futura estão acima da meta, mesmo com dados atuais mais baixos.
3. O fim do shutdown nos EUA afeta o Brasil?
Sim. A estabilidade fiscal americana influencia os mercados globais, inclusive o câmbio e os investimentos no Brasil.
4. Vale investir na B3 ou Gol agora?
Depende do seu perfil. A B3 é sólida e reflete o mercado. A Gol tem potencial, mas é sensível ao câmbio e à demanda.
5. Como proteger meus investimentos nesse cenário?
Diversifique. Considere ativos atrelados à inflação, à Selic e fundos com gestão ativa. E acompanhe os próximos passos do BC.

