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Inflação abaixo do esperado e queda da MP do IOF: o Brasil respira… ou tenta

Por Anderson Nascimento | 14 de outubro de 2025

Se você acordou hoje achando que o Brasil ia te dar um alívio, parabéns: você acertou. Mas só pela metade. A inflação veio abaixo do esperado — ufa! — mas a Câmara resolveu dar um “chega pra lá” na Medida Provisória do IOF, e o governo perdeu uma bolada. Vamos destrinchar esse enredo econômico digno de novela das 9.

IPCA de setembro: subiu, mas não assustou

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (9) que o IPCA — nosso termômetro oficial da inflação — subiu 0,48% em setembro. Parece ruim? Nem tanto. O mercado esperava 0,52%, então foi uma surpresa positiva. No acumulado do ano, estamos em 3,64%, e nos últimos 12 meses, 5,17%.

O vilão do mês: energia elétrica

O grupo Habitação foi o grande responsável pela alta, com avanço de 2,97%. E dentro dele, a energia elétrica residencial disparou 10,31%. Sim, você leu certo. Se você achou que o susto era só no chuveiro, o IBGE confirma: é no bolso também.

  • Impacto da energia no IPCA: 0,41 ponto percentual.
  • Motivo da alta: fim do Bônus de Itaipu (aquele descontinho camarada de agosto) e manutenção da bandeira vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.

Segundo o IBGE, essa foi a maior alta do grupo Habitação para meses de setembro desde 1995. Ou seja, estamos fazendo história — só não é aquela que a gente quer emoldurar.

🧘‍♂️ Mas calma, tem lado bom

Apesar da pressão da energia, o resultado abaixo do esperado pode aliviar parte das preocupações sobre o ritmo da inflação no último trimestre. Isso significa que o Banco Central pode respirar fundo antes de decidir se vai subir ou manter a taxa Selic.

E para você, investidor, isso pode significar juros mais estáveis, crédito menos salgado e talvez — só talvez — um fim de ano com menos sustos na fatura do cartão.

Câmara derruba MP do IOF: governo perde R$ 42 bilhões

Enquanto o IPCA tentava se comportar, a Câmara dos Deputados resolveu dar um empurrãozinho no caos fiscal. Na noite de quarta-feira (8), os parlamentares derrubaram a MP 1.303/2025, que previa uma alternativa ao aumento do IOF.

Resultado da votação:

  • 251 votos contra
  • 193 a favor
  • Zero paciência com o governo

A medida, editada em junho pelo Ministério da Fazenda, tentava substituir o aumento do IOF por mudanças na tributação de fundos exclusivos e aplicações no exterior (offshores). A ideia era manter a arrecadação sem encarecer o crédito. Bonita no papel, mas rejeitada na prática.

E agora, José?

Com a rejeição, o governo perde uma fonte de receita estimada em R$ 42,3 bilhões até 2026. Isso complica — e muito — o plano de zerar o déficit primário neste ano.

A MP caduca oficialmente nesta quinta (9), sem chances de ser votada no Senado. Para recompor a arrecadação, o governo terá que:

  • Enviar um novo projeto
  • Negociar alternativas com o Congresso
  • Ou pedir um Pix coletivo (brincadeira… ou não)

O que isso significa para você?

1. Inflação mais comportada

  • Pode ajudar a manter a Selic estável.
  • Bom para quem quer financiar, investir ou respirar.

2. Energia elétrica em alta

  • Hora de rever o uso do ar-condicionado, chuveiro e até da geladeira.
  • Planeje o orçamento doméstico com atenção.

3. Incerteza fiscal

  • O governo perdeu uma fonte de receita importante.
  • Isso pode gerar novas propostas de tributação — fique de olho.

4. Mercado atento

  • Investidores estão de olho na reação do Banco Central.
  • A Bolsa pode oscilar com base nas expectativas de juros e arrecadação.

Dica do dia: não entre em pânico, entre em planejamento

Se você está começando a investir ou tentando sair das dívidas, esse é o momento de acompanhar o cenário com inteligência. Não é hora de correr para a renda fixa nem de apostar tudo em ações. É hora de:

  • Diversificar
  • Controlar gastos
  • Estudar o mercado
  • E claro, ler o livro Da Dívida à Riqueza (sim, esse é o jabá honesto do dia)

O Brasil é um eterno plot twist

Entre inflação que sobe menos do que o esperado e MPs que caem mais rápido que promessa de campanha, o investidor brasileiro segue firme — e com senso de humor afiado.

Se você chegou até aqui, parabéns. Você já está mais informado que muita gente no Congresso. Agora é hora de usar esse conhecimento para tomar decisões melhores, seja no seu bolso, na sua empresa ou no seu próximo investimento.

E se quiser rir (ou chorar) com mais artigos como esse, já sabe: salva o blog, compartilha com os amigos e segue firme. Porque o Brasil não é para amadores — mas você não está sozinho nessa.

Fontes

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